sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Teoria do Medalhão - parte II ( A volta)

por Luciano Melo
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Como o Morte ao Futebol Moderno já tinha antecipado em 23 de setembro, Neymar está de volta à seleção. Era apenas um "remendo" nas travessuras do menino. Naquele mesmo texto, dizíamos que o talento de Neymar era mínimo diante de tantos interesses - quando muito, apenas um palhacinho no picadeiro.
Quem está feliz, põe o dedo no nariz!
E onde estará Renê Simões?

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Os mineiros do Chile e o jogo que ninguém viu

por Luciano Melo
Ninguém, ninguém mesmo, nem os pouco mais de 6.000 pagantes, nem os parcos jornalistas ali presentes e muito menos os jogadores da partida lembravam-se daquele 21 de julho de 1985, quando O’Higgins e Cobresal se enfrentaram no modesto estádio “El Teniente”, pelo Clausura, um dos dois torneios da 1° divisão do futebol chileno.O El Teniente, casa do Club Deportivo O’Higgins, fica em Rancágua, capital da Província de Cachapoal, região central do Chile. Apesar das dimensões acanhadas e pouco significar para a história do futebol chileno, foi sede do grupo 4 na Copa do Mundo de 1962, abrigando jogos de Argentina, Inglaterra, Hungria e Bulgária. Mas como sede d’O Celeste, como o O'Higgins é chamado pelos torcedores, não há muito o que celebrar. Sem nenhum título de expressão no Chile, o time se orgulha do último “campeonato” conquistado, o acesso à divisão maior, em 1986. A não ser pelo fato de ter recebido o Cobresal em 21 de julho de 1985, num jogo (agora) histórico, mas que ninguém lembra.A partida contra os Mineiros do Cobresal valia muito para o Celeste, principalmente para Manuel Gonzáles, um esforçado cabeça-de-área. Fora aquele jogo, apenas outros oito ele disputou pelo O’Higgins antes de abandonar a carreira esportiva. Logo de início, o “filho de Rancágua” percebeu que não iria muito longe correndo em gramados chilenos. Faltava-lhe técnica e fôlego para acompanhar os adversários talentosos da principal divisão de futebol do país – retrato bem diferente de quando queimava os pés nas pedras em campinhos improvisados às margens das mineradoras da Baden Cooper Company, onde o pai passava dez horas por dia explorando cobre. Mas sabia que se não fosse pelo futebol, sua vida na pequenina cidade estaria genealogicamente reclusa aos minérios. Por isso Gonzáles desistiu de Rancágua. Das pedras, do cobre, do futebol.Contra o badalado Cobresal, Gonzáles depositava os últimos suspiros numa carreira fadada ao fracasso. No entanto, como um aplicado volante, não encontrava a marcação nos meias e atacantes serelepes dos mineiros, provocando um infernal bailado que Gonzáles só conseguia aplacar a troco de uns pontapés.Durante a década de 80, o Club de Deportes Cobresal, time de maior torcida de Copiapó, capital da região de Atacama, era o que se costumou chamar de um “celeiro de craques”. As jovens promessas surgiam do El Cobre (estádio do Cobresal) como diamantes e a equipe negociava seus futuros craques com o apetite de um explorador de minério. Para se ter uma ideia, os Mineiros (no Chile, assim é conhecido o time) se deram ao luxo de emprestar o promissor atacante Iván Zamorano naquele 1985, o que foi de bom grado para Manuel Gonzáles. Mesmo assim, era difícil parar o mineiro camisa 8 e sua perninha direita infalível. Seu nome, Frankin Lobos.Lobos, o “Morteiro Mágico”, era um daqueles raros meias que custam a aparecer. Habilidoso, era um exímio armador e cobrador de faltas. Na base, era quem executava centenas de cruzamentos semanais para o aprimoramento de cabeçadas dos jovens atacantes, principalmente para Iván Zamorano. Já no elenco principal, foi um dos responsáveis pelo título da Copa do Chile de 1987 sobre o poderoso Colo-Colo.Mas não era um fora de série. Chegou a ser lembrado em algumas convocações para a seleção chilena, como no pré-olímpico de 1984, mas sem muito brilho. O pedigree de uma transferência para o futebol internacional também desmoronava, pois era impossível competir com tantos meias brilhantes que o continente produzia: Romerito, Rubem Paz, Francescoli e, claro, Diego Maradona. Assim, Franklin Lobos atuou apenas em clubes de pouca importância no Chile até encerrar a carreira em 1996.Depois daquele (hoje, histórico) O’Higgins e Cobresal de 1985, as vidas de Manuel Gonzáles e Franklin Lobos não se cruzaram mais. O cabeça-de-área celeste tentou cursar medicina em Santiago, sem muito sucesso por parcas condições financeiras. Conseguiu a muito custo o diploma de enfermagem e atualmente é servidor público como socorrista. Quando soube da convocação para o resgate na mina de San José, diferente dos colegas enfermeiros, posicionou-se como o primeiro a descer pela cápsula. A experiência vivida pelo “filho de Rancágua” nos campinhos de minério do serviço do pai familiarizou-o com as condições geográficas do local. Seguro e confiante, foi o primeiro do grupo de resgate a entrar na mina e o último a sair. Afundados por 700 metros, após vinte cinco anos os caminhos do voluntarioso volante e do habilidoso meia voltaram a se encontrar. Depois de largar profissionalmente o futebol, Lobos investiu um pouco das economias da bola em caminhões. Passou a fazer frotas carregadas de minérios e trabalhava na mina San José há quatro anos. E depois de 69 dias soterrado, voltou a enxergar o céu fazendo embaixadinhas com a perna direita que um dia lhe rendeu a fama de “Morteiro Mágico”. A magia tornou-se realidade.Todos, todos mesmo, os milhões de espectadores, os incontáveis jornalistas ali presentes e os jogadores Manuel Gonzáles e Franklin Lobos lembram-se daquele 13 de outubro de 2010. A diferença é que agora jogam pelo mesmo time, numa partida em que os dois saíram vitoriosos. O celeste Gonzáles devolveu o azul do firmamento ao mineiro Lobos. Tal qual um dia escreveram os celestes e os mineiros do O’Higgins e do Cobresal, em 21 de julho de 1985. O jogo ninguém se lembra.Ah, o placar daquela partida no histórico estádio El Tenente: 0 a 0. E quem se importa?



Manuel Gonzáles, o 2° da direita para a esquerda, com a equipe de resgate



Franklin Lobos logo após sair da mina


domingo, 17 de outubro de 2010

A invasão

Ed Limas

"Ninguém sabia, ninguém desconfiava. O jogo começou na véspera, quando a Fiel explodiu na cidade. Durante toda a madrugada, os fanáticos do timão faziam uma festa no Leme, em Copacabana, Leblon, Ipanema. E as bandeiras do Corinthians ventavam em procela. Ali, chegavam os corintianos, aos borbotões. Ônibus, aviação, carros particulares, táxis, a pé, a bicicleta.”Nelson Rodrigues.

O maior deslocamento de seres humanos já ocorrido nesta pátria, a fiel provou em 1976 porque carrega este título! Nunca se ouviu tanto "meu" no Rio, milhares de paulistanos tomaram de assalto a cidade maravilhosa para empurrar o time do povo. O dia em que Ruço mandou beijinhos após um antológico gol de puxeta e derrotou o Flu de Rivellino, o Timão venceu nos penaltis!!!
Setenta mil corinthianos!!!! A epopéia de uma nação!!!O timão de 76 pré socrático!!!
Zé Maria Campeão mundial de setenta e multi campeão no timão, hoje é um dos gerentes no âmbito esportivo da Fundação Casa, seu olhar fica ligeiramente molhado ao falar da invasão corinthiana. Conhecido como super Zé, o idolo é pura humildade e se diz saudoso em relação companheiros de jornada no timão, tais quais Ruço, Vaguinho, Sócrates ( Zé Maria jogou no pré e no período socrático ) e outros mais.
Ps Em 1976 a banda de punk rock nova-iorquina Ramones revolucionaram o universo rocker ao lançarem o Antalógico albúm " Rock to Russia". Enquanto isso Ruço camisa 10 do timão mandava seus beijinhos para o povo.

Ronaldo ainda é Ronaldo


Por Ed Limas

Um domingo de primavera com horário de verão, Campinas se agita e o Brinco de Ouro da Princesa se prepara para receber o timão e sua estrela mais cintilante... Ronaldo!
O melhor jogador de futebol do planeta pós Maradona entra em campo, a cada jogada se percebe, já não é o mesmo, não é mais o moleque ousado do Cruzeiro ( time onde surgiu para o futebol), muito menos é o exuberante Ronaldo da Copa de 2002, mas o "menino homem" continua cerebral e carismático.
O gênio do subúrbio carioca marcou dois gols, que infelizmente foram injustamente anulados por um bandeirinha miope e um juiz conivente com a miopia alheia, mas Ronaldo continua Ronaldo...
Os cães ladram e caravana passa, os pseudo intelectuais que infestam os botecos de nosso pais afora vivem a praguejar e a falar das gordurinhas deste gênio, incautos seres, eles não sabem que seres como Ronaldo ou Maradona, não precisam de corpinho de Gisele, já possuem futebol de Pelé.
Por falar em Gisele, quem disse que adorador de futebol não pode curtir moda, espero que o genial escritor, jornalista, compositor e multimidia, Chico Sá, leia estas linhas e lembre-se de postar algo dando o endereço do lugar onde arranja aquelas camisas estilo sessentista com pitadas Waldick Soriano?!

Ps. Ronaldo é gênio e Waldick Soriano não é cachorro não!!!!assistam o documentário da Patricia Pillar sobre Waldick, é rock brega roll!!!!