segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Amar é torcer pelo Santa

Por Ed Limas

Isto é amor!!!!!




A história e literatura universal nos mostram casos de amor permeados de beleza e insanidade.

O futebol é um esporte movido a paixão. Paixão o mais visceral subproduto do amor é a engrenagem que de fato faz do futebol um fenômeno mundial.

Es que aqui do sul maravilha ouço ecos de gritos: "Santa meu eterno amor, nunca negarei que sou tricolor...".

Poesia que sai de bocas lascivas e suculentas de mulheres meio negras, meio holandesas, poesia que sai de bocas quase sempre desgrenhadas de guerreiros, poesia cujo o ápice é a palavra Santa. Santa Cruz já foi nome do Brasil, agora é a paixão que move multidões, a maior torcida do Brasil atestada e juramentada pelas bilheterias do mundão do arruda, o ninho de amor de milhares amantes deste clube pernambucano.

A maior média de público relacionado ao futebol em nosso país não é do corinthians ou Flamengo, é sim do glorioso Santa Cruz!!!

A cada final de semana o time que atua na singela série "D" do brasileirão é abraçado por sua fanática torcida, um amor incondicional que faz de "Romeu e Julieta" um simples "affair".

Caros leitores o Santa não contratou nenhum Imperador ou Ronaldinho Gaúcho, a grande estrela é o próprio, o Santa conseguiu seu intento e subiu para a Série "C" no último domingo, mais de 60 mil apaixonados soltaram o grito da vitória, mesmo com um 0 x 0 bem fraquinho com o Treze da Paraiba.

Mas o show da torcida é de comover o mais insensível dos seres, es que da terra do manguebeat, da terra que já foi holanda, da terra de Luis Gonzaga, de uma terra que tem Olinda... mais uma vez o Brasil descobre algo que é beleza pura. Que torcida a do Santa!!!!!



QUE TORCIDA LINDA


Amar é torcer pelo Santa!


obs: O Santa Cruz F.C foi fundado em 1914, é um dos maiores clubes de Recife, ao lado do Sport Recife e do Náutico, esta fora da primeira divisão desde 2006 e possui a maior média de público entre todos as divisões do futebol brasileiro em 2011. É espetacular!!!!



















































sexta-feira, 14 de outubro de 2011

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por Ed Limas

DEZ MÚSICAS PARA OUVIRMOS ANTES DE INICIAR UM DIA DE LUTA!!!


1- Losing my religion c/ R.E.M

2- Elephant Gun c/ Beirut

3- Let Be c/ Beatles

4- Here I go Again c/ Whitesnake

5- Dreams c/ Van Halen

6- I´m Free c/ The Who

7- I believe in miracles c/ Ramones

8- Here Comes the sun c/ Beatles

9- Dont´ Stop Believin´ c/ Jorney

10 - Sinfonia Número 9 de Beethoven


Ouça algumas destas músicas ao se preparar para a luta diária!!!!




DEZ MÚSICAS PARA SE FAZER AMOR!!!!


1- Is this love c/ Whitesnake

2- She c/ Elvis Costelo

3- All my love c/ Led Zeppelin

4- Glory Box c/ Postishead

5- Hells Bells c/ AC/DC

6- Ace of spades c/ Motorhead

7- Saint of me c/ Rolling Stones

8- Something c/ Beatles

9- Walk on the wild side c/ Lou Reed

10- You Can Leave your hat c/ Joe Cocker


Uma boa lista de músicas para praticar a luxúria!!!
Aceitamos sugestões !!!!!!

sábado, 8 de outubro de 2011

A maçã envenenada de Steven Jobs



por Luciano Melo
Em fevereiro de 1985, meses antes de ser demitido da empresa que criou, Steve Jobs recheou as páginas da edição americana de Playboy do mês com uma entrevista célebre e atemporal. Com apenas 29 anos, Jobs acabara de distribuir no mercado um dos primeiros computadores pessoais – o Macintosh, sob os olhares suspeitos dos muitos que não acreditavam na utilidade de um microprocessador doméstico. É incrível como o então “senhor Apple” esclarece o intrincado sistema operacional do recém-lançado Mac por meio da funcionalidade de alguém sentado na poltrona do sofá que decide ir ao banheiro obedecendo a comandos mentais.
Esta entrevista, como tantas outras manifestações públicas de Steve Jobs desde a sociedade com Steve Wozniak e Ron Wayne e a fundação da Apple I em 1976, na garagem da própria casa, com subsídios adquiridos a partir da venda de uma antiga Kombi e de uma calculadora HP, revela uma personalidade capaz oferecer ao consumidor não um produto, talvez nem mesmo um conceito, mas uma filosofia.
Antes de tudo, Jobs difundiu um determinado modus operandi de transpor o século XX para o XXI entre as possibilidades ilimitadas da interação “homem – capital – tecnologia”. Então, somos o mesmo homem seiscentista mirando o infinito em busca de respostas. A diferença é que o ponto de partida pode não estar à beira do oceano.

Quiçá esteja tocando no bolso de sua calça.

A seguir, os preceitos do pensamento jobsiniano:


O público e o privado

Até o lançamento do processador Macintosh, a vida profissional e/ou acadêmica de um adulto, quando não desfrutando das horas íntimas de lazer, se resumia ao movimento ‘trabalho – casa – trabalho’. Estabelecia-se, portanto, uma função orgânica do sujeito diante das exigências do cotidiano: intra e extradomiciliar, já que não se tratava de assuntos “particulares” no emprego ou “profissionais” no lar. Para ilustrar tal diacronia, as agendas de papel da época vinham com marcações prévias dos horários diários que racionavam o dia entre compromissos “sociais” e “pessoais”. A partir de 1985, e a chegada do microcomputador Mac aos domicílios americanos, Jobs inaugurou uma rede interativa de afazeres educacionais e comerciais, estendendo tais diálogos ao convívio familiar. A mesma máquina que processava tarefas extrafamiliares estava disponível ao usufruto de todos os membros da casa, através de impressão de desenhos e textos ou de “games” digitais. A partir de então, rompiam-se os limites entre o público e o privado e, em consequência, ao famigerado circuito “trabalho/escola e casa.” Aliada a tal filosofia, a agilidade e a simplicidade dos comandos configurava o Macintosh num inédito executor de multitarefas, assim como seu próprio usuário.

O culto ao objeto
O consumidor de um aparelho idealizado por Steve Jobs é um consumidor “Apple”. A peça é idealizada a oferecer praticidade congregada a uma determinada experiência estética, seja ela visual ou escultural. A interface dos componentes, a disposição simétrica por vezes surpreendida por uma ranhura ou saliência dissonante e a miscelânea cores inusitadas são algumas das características que estreitam o design “Apple” a determinadas escolas e tendências artísticas, como a disseminação do Minimalismo americano nos anos 60, apreciado in loco pelo jovem Steve Jobs. Partindo do abstracionismo ianque norteado por Jackson Pollock, o movimento minimalista buscava uma determinada geometrização simplificada pós-caos abstracionista, mesmo antepondo-se à simetria do objeto. Paralelamente, ainda sem relação aparente com o Minimalismo, o jazz atonal apadrinhado por Miles Davis, buscando síncopes desarmoniosas em uma textura melodiosa primitivo, inquietou o espírito empreendedor do futuro criador da Apple, fã declarado da dissonância bebop de Davis [1]. Retomando o universo da informática, a partir de 1985, com o lançamento do Macintosh, fundem-se a estética e a funcionalidade do computador. A Apple mira aperfeiçoar a intervenção do usuário, mas oferece uma experiência singular: a aquisição de um produto (obra de arte?) idealizado por um gênio (artista?), Steve Jobs.

A interação
Utilizar qualquer processador da Apple é uma genuína percepção táctil do que a relação com a tecnologia pode oferecer. Substituir os arcaicos e tormentosos comandos do MS-DOS foi talvez a primeira grande revolução proporcionada por Jobs. Para que ordenar uma máquina a abrir ou executar determinada função por meio de infinitos códigos se poderia simplesmente apontá-la? Os progressos como a tela touchscreen do iPad ou a gerência de voz do atual iPhone são ainda resquícios do insight gerado na idealização do mouse pela Apple, lançado no pacote Macintosh em 85. Se a experiência com a tecnologia se dá por um clique, um toque ou pela voz, pouco importa. A máquina de Steve Jobs é uma extensão do próprio corpo do usuário, como se você tocasse seu próprio rosto no espelho.
Com a Apple, a execução de um comando digital é tão barato que dá a sensação de tudo estar ao alcance de todos, sem nenhuma mediação. Saciar a fome com um apetitoso prato de macarronada não passa pela percepção da interferência do garfo: o objetivo é apenas saciar a fome com um apetitoso prato de macarronada. Da mesma forma, abrir ou fechar compartimentos no computador, sejam estes direcionados ao trabalho, à educação ou ao lazer, passa a ser tão banal como abrir ou fechar uma torneira. Neste sentido, na experiência com um microprocessador não caba mais o questionamento para a direção da experiência. O que importa os fins da interação? Você pode aglutinar diversas terminações de uso – trabalho, educação, lazer – em apenas um toque, táctil ou sonoro. Não há mais barreiras temporais, espaciais ou mesmo intelectuais. Basta estar com fome.

A trilha sonora
Em 2001, a Apple lança a primeira versão do iPod, um compartilhador de dezenas de milhares de músicas (hoje, centenas de milhares) que sumia na palma da mão. A simplicidade de selecionar as faixas ou o minimalismo das informações contidas na tela transformou o iPod num profícuo executor de trilhas sonoras para diversos momentos do cotidiano. É claro que a experiência particular de se escutar música em qualquer lugar ou momento já tinha sido oferecida pelo walkman ou (posteriormente) discman. Mas e a infindável recarga das pilhas? E o difícil manuseio e transporte? Para se ter uma ideia, você com menos de 20 anos, estes equipamentos dispunham de um gancho na traseira para prender no cinto ou na borda da calça. ( E isso um dia já foi legal, acredite.)
Enfim, ao modus operandi de Steve Jobs, era necessária uma revolução. Não vou desperdiçar seu tempo e enumerar as melhorias infindáveis do iPod em relação a seus antecessores, mas algo precisa ficar bem claro: há uma mudança na experiência musical do cotidiano. Alex Ross, um dos principais críticos musicais da atualidade, do renomado The New Yorker, na introdução do excelente Escuta Só – do Clássico ao Pop [2] relata a experiência avassaladora com o iPod no modo shuffle.

Este texto continua...