segunda-feira, 12 de julho de 2010

Sensacional entrevista com Polvo Paul

Por Ed Limas ( não sou apenas um reporter investigativo, também já fui investigado )


Morte ao futebol moderno: Como conseguiu tantos acertos em relação aos resultados na Copa da África?

Polvo Paul: Olha meu filho, tenho ouvido muita bobagem, tem gente dizendo que sou reencarnação do Nostradamus, não tem fundamento tal informação, é apenas "feeling".

Morte ao Futebol moderno: Vc torceu pra alguma seleção?

Polvo Paul:Resido na Alemanha, mas como é de conhecimento público sou inglês, meu nome é uma singela homenagem ao Beatle Paul. Torci para a Inglaterra, mas muito chateado quando descobri que o English team perderia para a Alemanha.

Morte ao futebol moderno: qual seu time de Futebol?

Polvo Paul: Liverpool

Morte ao futebol moderno: Uma pessoa que te inspira?

Polvo Paul: O presidente Lula e Lula Molusco do Bob Sponja

Morte ao Futebol moderno: Um perfume

Polvo Paul: Acqua di Fiori

Morte ao futebol moderno: Um lugar

Polvo Paul: Veneza

Morte ao futebol moderno: Mande uma mensagem aos brasileiros e adiante algumas previsões, a próxima copa será aqui.

Polvo Paul: Em 2014 não estarei vivo, minha espécie só vive 5 anos, é triste, mas tenho que encarar a realidade.
Não quero prever nada no momento, trabalhei muito nos últimos dias. Gosto muito do Brasil, um abraço à todos.

Morte ao Futebol moderno: Obrigado Polvo! O povo te adora!!!!!


Tal entrevista só foi possível graças ao empenho do Aquamen ( herói marinho da DC comics ), ele fez a tradução.
Muito obrigado a todos, trata-se de um grande furo de reportagem, tentei contato com o Periquito de Cingapura, porém seu dono assegura que o mesmo esta em depressão por ter errado sua previsão em relação a final da Copa!

Arriba Espanha! O time que lembra o Brasil de outrora e o Barça de hoje!

domingo, 11 de julho de 2010

A Holanda de Cruyff é campeã (não, não estou louco)!


por Luciano Melo
*
Tente imaginar quando surgiu a Espanha campeã mundial de 2010. Certamente não foi há um mês, quando teve início a Copa do Mundo, ou ano passado, durante as Eliminatórias européias. Convido a você retroceder no curso da história para entendermos a gênese deste título espanhol.
O Barcelona, campeão europeu e mundial da temporada 2008-09, que derrotou o poderoso Manchester United no estádio Olímpico de Roma contava com Pique, Puyol, Busquets, Xavi, Iniesta e Pedro, ou seja, a formação da base titular campeã na África-2010. Assistir ao Barcelona ou à Espanha atuar é presenciar um sistema de jogo idêntico, que privilegia a posse de bola, a marcação sob pressão e a troca de passe fulminante, envolvente, encaixotando o adversário em seu campo defensivo. Assim o clube catalão encanta o mundo há décadas e carrega uma legião de admiradores do futebol ao redor do planeta.
Este mesmo Barcelona, chamado pelos espanhóis como “uma alegre máquina de guerra”, também foi a base da seleção campeã da Euro-2008 que, segundo Tostão, era melhor time que o atual. Aquele time de Luis Aragónes jogava num 4-3-1-2, com a linha ofensiva formada por Fábregas ( o tal do “1”), Fernando Torres e Villa. A equipe teve o melhor ataque da competição e, a partir de então, credenciou-se como uma das principais favoritas à conquista da Copa na África. Já com o atual Vicente del Bosque, a Espanha perdeu poderio ofensivo (é o campeão mundial de pior ataque de todos os tempos), mas ganhou solidez defensiva. Fábregas foi trocado pelo volante Xavi Alonso e o papel de “amarrar” a defesa com o ataque passou a ser revezado com maestria entre Xavi e Iniesta, como fazem no clube catalão.
Mas foi justamente na “destroca” audaciosa de Alonso por Fábregas na final de hoje que o destino sorriu para a Espanha. O meia do Arsenal encorpou com qualidade o meio de campo e, depois de receber a bola de “Niño” Torres, com um passe açucaradíssimo, deixou Iniesta escrever mais um capítulo na história do futebol. Tostão tinha razão.
Com esta mudança, a prorrogação foi massacrante para a Holanda. Bosque apostou no mesmo trio ofensivo de 2008, recuando Xavi e Iniesta para a intermediária ofensiva e desenhando um ataque com Torres “fixo” e Fábregas e Navas intercalando-se nas pontas. Nada menos que cinco jogadores trocando passes no campo holandês! Era mesmo impossível segurar.
Este mesmo gol histórico de hoje lembra o não menos emblemático do Barcelona pela semifinal da Liga dos Campeões do ano passado, contra o Chelsea, em Stamford Bridge. A construção da jogada é idêntica, com o time catalão encurralando o londrino em seu próprio campo: o “fixo” Eto’o rola a bola para Messi que, justificando o papel de Fábregas na decisão da Copa, encontra Iniesta, livre de marcação, para fuzilar o gol inglês aos 83 minutos de partida. Tal qual o meia fez nesta tarde. Por isso, Iniesta foi “o cara” desta final!
A Espanha de Vicente del Bosque na prorrogação foi o atual Barcelona de Guardiola. A troca incessante de posições na intermediária ofensiva e a constante mobilidade da bola até achar a melhor probabilidade de acerto no gol tornam estas equipes quase insuperáveis, mesmo quando bem marcadas. Como firmou em sua apresentação como técnico do clube, substituindo o cracaço holandês Frank Rijkaard, Guardiola remeteu o futuro do Barcelona à mesma estrutura tática do começo da década de 90 (3-4-3), quando ainda atleta do técnico Cruyff. Aquele time dispunha do mesmo trio ofensivo – Stoichkov, Salinas e Laudrup. A diferença esta no meio, formado por um losango, diferente do 4-4-2 campeão mundial desta Copa. Guardiola era quase um “líbero”, protegendo os três zagueiros quando atacados, cobrindo as descidas alternadas dos laterais e, pela apurada técnica, distribuindo com competência a saída de bola para os meias. Esta, portanto, ideologia esfuziante de jogo da campeã seleção espanhola encontra ecos naquele “longínquo” Barcelona de 90, espelho para o atual técnico catalão. Porém a chave está na Holanda. Não a pragmática de Heitinga, Mathijsen e De Jong. Mas a de Rinus Michels e Cruyff.
O Barcelona trouxe a cabeça e o artista daquele Ajax multicampeão europeu de 1971, 72 e 73. Como já tratei no texto “Futebol liberal” (01.07.10), o sêmen do futebol que revolucionaria a história do esporte na Copa de 74 estava no reflexo da mentalidade progressiva do cidadão holandês da época. Uma organização tática de cooperação mútua e ordenada, defensiva e ofensivamente. Implantando tal sistema (de jogo?) (de pensamento?), o Barcelona saiu de uma escassez de 13 anos e foi o campeão espanhol de 1974, revelando ao mundo o futebol genial de Cruyff e garantindo - apenas um mês antes – o cargo de técnico da seleção para Rinus Michels. Graças àquele Barcelona, temos hoje o marco do “Carrossel holandês”, da “Laranja Mecânica”. E, para ser justo, se hoje a Catalunha está mais para a Holanda do que para a Espanha, é por inteira responsabilidade de Cruyff e Michels. O futebol agradece.
Assim, “De volta para o futuro”, a Espanha campeã do mundo de 2010 surgiu há 37 anos, quando lá desembarcaram estes maravilhosos holandeses. Por isso, nacionalidades à parte, ouso dizer: a Holanda de Cruyff é campeã!
PS – A foto (Falcão-82) de Iniesta comemorando o histórico gol traz o seguinte texto grafado na camisa: “Dani Jarque sempre conosco”. Dani morreu de parada cardíaca no ano passado, enquanto falava com a noiva pelo telefone. Capitão do Espanyol, rival do Barcelona na Catalunha, teve seu justo reconhecimento num momento crucial da história esportiva de seu país.
A poesia ainda existe!

domingo, 4 de julho de 2010

Maldito Lazaroni


por Claudio Domingos Fernandes

As mulheres preparam a feijoada. Vó Conceição pica a couve enquanto lembra que ao vô fazia gosto a couve refogada em banha de porco acompanhada de torresmo. “hoje, dizia ela, tudo faz mal. Mal faz vê estas meninas todas magricelas”. Tia Alzira, que se diz vegetariana, e prepara sua salada, apenas ouve. Ela não ousa, por respeito, contrariar a matrona. O pai e os tios jogam palitinho e tomam cerveja. O primo Roberto liga a vitrola e Bezerra da Silva toma o ambiente. Prima Adelaide chega com o namorado, o que deixa tio Afonso incomodado: “este bosta tinha que vir”, pensou. “Aproveita que chegou, e faz alguma coisa: ajuda Rodrigo a preparar a caipirinha”, logo ordenou. Chega também tia Melissa com seus doces de coco e leite, acompanhada dos primos Marcelo e Thiago. “E o Rubens? Não vem?” pergunta o pai. “Ele faz plantão, mas para hora do jogo ele chega”. Respondeu tia Melissa. Por fim, tio Osmar, tia Zulmira e a prima Adriane, também chegam. Adriane, das primas, era a mais bonita e a mais... Negra esguia, corpo se formando esplêndido, sensual. Era de tirar o sono. Outro dia, estando em sua casa, indo ao banheiro, ao levar a mão à maçaneta, a porta se abriu. Ela envolta em toalha, saia do banho. Encabulei-me. Ela apenas sorriu e dirigiu-se ao quarto. Saindo do banheiro, percebi a porta do quarto entre aberta. Titubeei, mas não resisti, finquei olho à fresta. Não se via muito. Era o paraíso. Ajustava o sutiã aos pequenos e arredondados seios. Caminhou de onde estava para um outro canto do quarto, ainda sem calcinha, pude ver um volumezinho de pelugem. Minutos depois, voltando para o posto anterior, já vestia um shorts e o mesmo top amarelo com sobre esta bruzinha verde. De repente, olhou para a porta e franziu a testa desconfiada de alguma coisa. Num salto ganhei a porta do corredor. “Nossa Felipe, estás pálido! Você está bem?” Indagou tia Zulmira. Suando frio, balbuciei alguma coisa... Durante o almoço todos confiantes. Embora jogando feio, a partida estava ganha. O pai prometera para a final duas caixas de cervejas. Tia Zulmira propôs que fossemos para a casa de praia... Depois daquele dia, diante de Adriane me encabulava, ficava sem jeito. Seu sorriso me confundia... O jogo é tenso, amarrado, a seleção é apática, o jogo não flui... “Este é o pior time que já vi”, exclama o pai. “É este maldito esquema 3-5-2 do Lazaroni que nos emperra”, emenda tio Osmar. Adriane, angustiada sai. Sento em seu lugar. Ainda quente conserva um pouco de seu calor. E este calor parte dela invade-me, provocando em mim indisfarçável ereção. Sorte estarem todos, tensos e aflitos diante da televisão. Extasiado, não percebia o desanimo que tomava conta do ambiente. Caniggia abria o placar, faltando menos de dez minutos para terminar a partida... Adriane me abraça e chora copiosamente. Afago tua cabeça em meus ombros, acaricio sua cabeça, enxugo suas lagrimas, aperto seu corpo ao meu. “Maldito Lazorini: Deus te abençoe!”

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O mundo é celeste

Um pais que carrega a alcunha de República Oriental do Uruguai e se localiza no extremo ocidente do mundo não poderia deixar de ser interessante, seu Presidente é um guerrilheiro que enfrentou a ditadura militar com unhas dentes e uma arma na mão, este é o pais celeste!
Três milhões de corações batendo, um pais pequeno e triste ( mas hoje é felicidade ), a pátria em que Drumond adoraria ter como morada em seus derradeiros dias, o lugar onde cada esquina evoca uma melancólica música de RADIOHEAD, este é o pais celeste.
O pais que Gardel nasceu, mas a Argentina tomou, a nação do lado esquerdo do prata, o lugar que ousa se dizer Suiça do sul, mas não tem tanta grana, mas em matéria de gana ( opa Gana!!! )...
Hoje vi A HISTÓRIA acontecer, desde 50 o Uruguai não é tão celeste e direto do céu Barbosa vocifera: " Eles são os celestes".
Nada é mais "morte ao futebol moderno" do que a celeste olimpica!!!!
No jogo da década vi a mãe África sofrer com Gana, com lágrimas sinceras de dor, mas a celeste é a história que pulsa, é Gighia, Ancheta, Francescoli, Eduardo Galeano, Jorge Drexler e até mesmo Belchior.
Agora sou celeste, sem deixar de ser canarinho!!!!!

Ed Limas



Ref. jogo Uruguai 1 x Gana 1 ( deu Uruguai nos penaltis )
Arriba Uruguai!!!!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

O futebol liberal


por Luciano Melo
*
Futebol total. Carrossel holandês. Laranja Mecânica. Assim ficou conhecida a maior revolução futebolística de todos os tempos, a seleção da Holanda que disputou a Copa do Mundo de 1974, na Alemanha. Foi o início de uma nova maneira de ler um jogo de futebol, não entre compartimentos estanques entre “defesa” e “ataque”, mas sistemas “defensivo” e “ofensivo”. Em outras palavras: adequação e competência tática aplicadas às variações de uma partida.
Talvez devêssemos ler o futebol – e todo o universo que o integra – como uma metáfora social orgânica, vinculando a ideologia aplicada a determinado sistema de jogo ao “modus operandi” de um pensamento sócio-histórico vigente. Quem sabe a provocação esteja em posicionar-se diante de uma disputa esportiva não apenas pelo viés lúdico, como uma “caixinha de surpresas” e não restringindo o exame a tão somente resultados, mas de organização estratégica, princípios de ordenação social. Quiçá seja este novo olhar para a prática do futebol que a equipe holandesa trouxe ao espectador.
Em 1972, a Holanda, sob governo esquerdista-liberal, promove o relatório da Comissão Baan em que se baliza as drogas “pesadas” (heroína, cocaína, morfina) e as “leves” (como a maconha), permitindo que estas fossem comercializadas em pontos de coffe-shops. A aquisição dos entorpecentes é igualitária, sem restrições judiciais. O consumo legalizado é a afirmação da sociedade holandesa cônscia do livre-arbítrio individual em razão da sintaxe coletiva. O pilar desta convivência resulta, portanto, no pluralismo de ideias que tece e caracteriza o cidadão holandês, como a regulamentação jurídica da prostituição e a união civil de homossexuais.
O convívio social holandês então pauta-se, desde a década de 70 (precisamente 1967, com a vitória da esquerda do “Democratas 66”), na funcionalidade de regras que proporcionam a liberdade do indivíduo como força-motriz de harmonia e tolerância sociais. Tal qual a Holanda-74.
Na verdade, o time holandês que assombrou o mundo já sinalizava sua eficiência em anos anteriores. O Ajax do futuro técnico da seleção, Rinus Michels, e do gênio Johannes Cruyff era a base que encantaria os solos alemães. O termo “futebol total” surgiu em 1967 (coincidência, não?) depois de 5 x 1 da equipe holandesa no poderoso Liverpool, da Inglaterra. O polimento de um sistema tático que não estagnava posições em campo comprovou o poderio do Ajax nas conquistas da Liga dos Campeões de 1971, 1972 e 1973 (este também ano do Mundial Interclubes). Não é dispendioso relacionar uma organização tática ordenada em que todos cooperam entre si, defensiva e ofensivamente, com o alvedrio coletivo da sociedade holandesa da época. Como o “futebol total”, a “liberdade total” também se estreitou na leitura futebolística e social do caso holandês. Retomo a provocação citada anteriormente: seria possível descartar da leitura de um fato esportivo a estrutura social que alicerça determinado acontecimento? Tratando-se do nosso objeto de análise, sem a abertura de leis que privilegiavam o livre-arbítrio em prol do objetivo coletivo, poderíamos imaginar um grupo de atletas dispostos a encarnar o espírito da solidariedade mútua, de contribuição e ocupação de espaços visando plenitudes defensiva e ofensiva, sem já vivenciarem tal modo de convivência em seu cotidiano? Tenho sérias dúvidas.
Este texto continua...
Já avanço a madrugada e gostaria ainda de tratar de tanta coisa. Revi os compactos da campanha da Holanda-74 e são primores, genuínas aulas da prática do futebol. Diante do futebol sul-americano, estraçalharam o Uruguai na estreia num “enganoso” 2x0, fizeram 4x0 na Argentina, no que é considerado o melhor primeiro tempo da história das Copas, e simplesmente atropelaram o Brasil em 2x0, numa carnificina dos brasileiros contra os holandeses, comprovando a superioridade tática, técnica e intelectual do “Carrossel”. Mas estou morrendo de sono e preciso dormir um pouco.
Até porque, daqui a poucas horas, Brasil e Holanda jogam pelas quartas-de-final da Copa
E nem eu e nem você queremos perder o jogo, certo?