domingo, 4 de julho de 2010

Maldito Lazaroni


por Claudio Domingos Fernandes

As mulheres preparam a feijoada. Vó Conceição pica a couve enquanto lembra que ao vô fazia gosto a couve refogada em banha de porco acompanhada de torresmo. “hoje, dizia ela, tudo faz mal. Mal faz vê estas meninas todas magricelas”. Tia Alzira, que se diz vegetariana, e prepara sua salada, apenas ouve. Ela não ousa, por respeito, contrariar a matrona. O pai e os tios jogam palitinho e tomam cerveja. O primo Roberto liga a vitrola e Bezerra da Silva toma o ambiente. Prima Adelaide chega com o namorado, o que deixa tio Afonso incomodado: “este bosta tinha que vir”, pensou. “Aproveita que chegou, e faz alguma coisa: ajuda Rodrigo a preparar a caipirinha”, logo ordenou. Chega também tia Melissa com seus doces de coco e leite, acompanhada dos primos Marcelo e Thiago. “E o Rubens? Não vem?” pergunta o pai. “Ele faz plantão, mas para hora do jogo ele chega”. Respondeu tia Melissa. Por fim, tio Osmar, tia Zulmira e a prima Adriane, também chegam. Adriane, das primas, era a mais bonita e a mais... Negra esguia, corpo se formando esplêndido, sensual. Era de tirar o sono. Outro dia, estando em sua casa, indo ao banheiro, ao levar a mão à maçaneta, a porta se abriu. Ela envolta em toalha, saia do banho. Encabulei-me. Ela apenas sorriu e dirigiu-se ao quarto. Saindo do banheiro, percebi a porta do quarto entre aberta. Titubeei, mas não resisti, finquei olho à fresta. Não se via muito. Era o paraíso. Ajustava o sutiã aos pequenos e arredondados seios. Caminhou de onde estava para um outro canto do quarto, ainda sem calcinha, pude ver um volumezinho de pelugem. Minutos depois, voltando para o posto anterior, já vestia um shorts e o mesmo top amarelo com sobre esta bruzinha verde. De repente, olhou para a porta e franziu a testa desconfiada de alguma coisa. Num salto ganhei a porta do corredor. “Nossa Felipe, estás pálido! Você está bem?” Indagou tia Zulmira. Suando frio, balbuciei alguma coisa... Durante o almoço todos confiantes. Embora jogando feio, a partida estava ganha. O pai prometera para a final duas caixas de cervejas. Tia Zulmira propôs que fossemos para a casa de praia... Depois daquele dia, diante de Adriane me encabulava, ficava sem jeito. Seu sorriso me confundia... O jogo é tenso, amarrado, a seleção é apática, o jogo não flui... “Este é o pior time que já vi”, exclama o pai. “É este maldito esquema 3-5-2 do Lazaroni que nos emperra”, emenda tio Osmar. Adriane, angustiada sai. Sento em seu lugar. Ainda quente conserva um pouco de seu calor. E este calor parte dela invade-me, provocando em mim indisfarçável ereção. Sorte estarem todos, tensos e aflitos diante da televisão. Extasiado, não percebia o desanimo que tomava conta do ambiente. Caniggia abria o placar, faltando menos de dez minutos para terminar a partida... Adriane me abraça e chora copiosamente. Afago tua cabeça em meus ombros, acaricio sua cabeça, enxugo suas lagrimas, aperto seu corpo ao meu. “Maldito Lazorini: Deus te abençoe!”

2 comentários:

  1. Muito legal. Afinal, mistura de futebol, cerveja e mulher bonita dá gosto mesmo.
    Elcio de Paula Souza Filho, advogado.
    Presiente Venceslau-SP

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