segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A alegria alheia

Por Ed Limas

Seu Cipriano esta mais feliz que pinto no lixo, recebeu sua aponsentadoria em pleno dia que o timão perdeu para o espetacular clube de Ibagué... O Tolima. Cipriano estava com sua camisa surrada do Santos, dinheiro no bolso e alegria no coração. Todo santista é mais feliz quando o time do povo se lasca. Acompanhou a peleja no bar do Zezinho, a tv não era de LCD, mas a cada gol seu sorriso desprovido de dentes se abria e um grito quase mudo de gol ecoava no boteco.
Nosso herói tomou cerveja, rabo de galo e cinar, com o acompanhamento de uma gordurosa e muito sádia buchada de bode.
Uma madrugada feliz, seu Cipriano decidiu sair do bar do Zezinho na manhã do dia seguinte, uma verdadeira odisséia até sua casa, andando em zigue ziggue, nosso Ulisses de periferia cambaleava, seu bucho passava por revolução maior do que no Egito, a urgência se fazia presente, suando mais que dançarina de axé não conseguia abrir a porta de nababesca casa de dois cômodos e um banheiro carente de privada.
Cipriano ficou ali, suando em bicas e feliz com a tragédia alheia!

Moral da história!
Assim é seu Cipriano, assim é a maioria, a felicidade se constrói na tragédia do outro.

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