sexta-feira, 21 de maio de 2010

A metamorfose

*
Hoje pela manhã conheci o senhor Kafka. Sei que é bem difícil de acreditar. Na verdade, para ser bem sincero, nem eu mesmo acreditei quando o vi, tomando uma xícara de café numa mesinha de calçada. Mas era ele mesmo, o próprio. Tinha o cabelo engomado, repartido simetricamente ao meio, o paletó robusto, em tom cinza, e um par surrado de sapatos com fivelas. A mão que segurava a xícara parecia um pouco trêmula – talvez pelo frio das poucas horas do dia. A outra equilibrava um lápis entre os dedos. Ao lado do café, repousava um caderno, cuja capa parecia segura a uma série de pregas adesivas.
Mas, é bem verdade, poderia não ser ele. Eu tinha um amigo que era a cara do Chuck Norris.
Só vendo.
*
por Luciano Melo

Nenhum comentário:

Postar um comentário